Flora 10 | Paisagismo

O butiá ou butiazeiro é uma palmeira de estipe único, monóica, muito frutífera e ornamental, nativa do sul do Brasil, Argentina e Paraguai. Suas folhas são longas, pinadas, arqueadas, recurvadas e de cor verde a azul-acinzentada. Elas apresentam bainhas espinhentas e persistentes, que recobrem o caule na maioria das vezes. O caule, por sua vez, é bastante largo, robusto e de crescimento lento. As inflorescências surgem na primavera, com numerosas flores unissexuais e pequenas, que atraem abelhas. As flores masculinas de uma mesma planta geralmente não amadurecem ao mesmo tempo que as flores femininas, favorecendo a polinização cruzada. Os frutos são do tipo drupa, carnosos e ovóides, com polpa fibrosa, amarela a alaranjada. Em cada fruto há uma a três sementes.

O butiá é uma planta bastante rústica, tanto no aspecto, quanto na facilidade de cultivo. Ela pode ser plantada isolada, como destaque, ou em linhas e grupos, sendo interessante seu uso no paisagismo urbano. A manutenção do butiá é muito baixa, requerindo apenas uma ou duas fertilizações anuais. Ela acrescenta um indiscutível efeito tropical e nos presenteia com abundantes e deliciosos frutos. Seu caule recoberto é um verdadeiro habitat para inúmeras espécies de epífitas, como samambaias, cactáceas, orquídeas e bromélias. Não é incomum ver as próprias sementes do butiá germinando nesse ambiente. Para jardins mais formais, no entanto, é interessante podar as bainhas persistentes rente ao tronco. Assim obtém-se um aspecto mais elegante, sem prejuízo à planta. O butiazeiro é uma espécie de eleição para áreas de reflorestamento, pois seus frutos atraem a fauna silvestre, o que favorece a reconstituição da mata.

O fruto do butiá é rico em vitaminas A, C e betacaroteno. Seu sabor é ácido e doce, e apesar de comparações com abacaxi, pêssego, banana e maçã, acredito que se trata de uma fruta única, de perfume e sabor incomparáveis. Delas pode-se fazer sucos, geléias, sorvetes, licores, vinhos e cachaças curtidas. E, como a planta é de pequeno porte, torna-se fácil a colheita, até mesmo por crianças. Assim, comer o butiá direto do pé, fez e faz parte da infância de muita gente. Das sementes ou coquinhos do butiá, é possível fazer um óleo bastante saboroso. Para evitar atrair muitos insetos e o acúmulo de sujeira sobre o gramado, pode-se efetuar a poda de algumas inflorescências, deixando apenas uma ou duas remanescentes para frutificar.

Deve ser cultivado sob sol pleno ou meia sombra, em diversos tipos de solos, preferencialmente drenáveis e enriquecidos com matéria orgânica. Aprecia o clima subtropical e é bastante resistente ao frio e geadas, ao contrário da grande maioria das palmeiras. Tolerante à maresia e salinidade, sendo apropriada para regiões litorâneas. Multiplica-se por sementes recém colhidas, despolpadas e escarificadas, postas a germinar em substrato úmido e arenoso. A germinação é baixa, lenta, irregular e pode iniciar apenas 12 meses após o plantio.

Nome Científico: Butia capitata
Sinonímia: Calappa capitata, Cocos capitata, Syagrus capitata, Butia bonnettii
Nomes Populares: Butiá, Butiá-azedo, Butiá-vinagre, Cabeçudo, Guariroba-do-campo, Coquinho-azedo, Coquinho, Butiá-de-praia, Butiá-açu, Macumá, Butiá-felpudo, Butiá-branco, Butiazeiro, Butia, Coqueiro-cabeçudo, Jerivá

Família: Arecaceae
Categoria: Árvores, Árvores Frutíferas, Palmeiras
Clima: Mediterrâneo, Oceânico,Subtropical, Tropical
Origem: América do Sul,Argentina, Brasil, Paraguai
Altura: 3.6 a 4.7 metros, 4.7 a 6.0 metros
Luminosidade: Meia Sombra, Sol Pleno
Ciclo de Vida: Perene